domingo, 29 de janeiro de 2012

Natal, a filha de Coité


Natal, a filha de Coité
Eduardo Alexandre

Tenho dito aos amigos que a verdadeira história de Natal começou quando o Casarão de Guarapes, hoje em ruínas, vivia época de glórias. Foi a partir dele que Coité se fez Macaíba e Lagoinha, de comércio tão intenso, foi até cogitada ser capital do Rio Grande do Norte.

Dizia a gente que nos visitava: Natal? Não há tal.

E não havia mesmo.

Quando Fabrício Gomes Pedroza resolveu construi-lo para dele comandar o império que se formaria abaixo daquela colina, margens do Jundiaí próximas ao desague no Potengi, Natal se resumia a uma modorrenta povoação que insistia em nada ser, de tão sonolenta para o desenvolvimento.

A Rua Nova, depois avenida Rio Branco, poucas casas tinha. A Rua Sarmento, que muito depois seria a João Pessoa do Grande Ponto, ostentava casinholas que se contavam nos dedos de uma mão e não chegava a ultrapassar a Rua dos Tocos, que viria a ser a Princesa Isabel dos nossos dias e que nada tinha a mostrar, a não ser os tocos ainda visíveis do desmatamento de 1845, promovido pelo presidente Sarmento.

A Ribeira? A Ribeira era o Caminho da Fortaleza, a Rua da Cruz querendo descer, mas contida pelo fétido braço de rio chamado Salgado a inundá-la e a vasta campina pouquissimamente habitada com seus coqueirais e o sonho de um porto.

Homem de grande visão comercial, mascate já estabelecido e o melhor sucedido nas terras de Coité, Fabrício Gomes Pedroza, dez anos depois do feito de Sarmento, em 1855, constrói um armazém à margem do rio Jundiaí e cria uma feira. Sua importância na localidade é tanta, que ele sugere e Coité, a partir dali, passa a se chamar Macaíba, nome de palmeira que o capitão (paraibano de Pilar ou Areia, pernambucano de Nazaré?), cultivava e tinha predileção.

Depois da criação da feira, aterro dos manguezais das margens e ancoradouro. O Casarão, em 1859, para armazenamento de produtos e moradia, e, ao seu redor, um verdadeiro complexo, incluindo mais armazéns, capela, alojamento para funcionários e senzalas para os escravos.

Coité, agora Macaíba, torna-se ponte para o interior e para o exterior, grandes navios chegando até ali em intenso intercâmbio comercial,
exportando algodão, couro e, principalmente, açúcar.

A partir do desenvolvimento do comércio dali, a história de Natal passa a ser feita por homens que, de uma forma ou outra, dali vêm ou tiveram seus nomes ligados ao legado construído por Fabrício Pedrosa: Amaro Barreto, Pedro Velho, Alberto Maranhão, Augusto Severo, Juvino Barreto, Elói de Sousa, Henrique Castriciano, Joaquim Manoel de Moura, Cel. Estevão, Manoel Duarte e sua viúva Machado, são só alguns nomes dessa história que tem origem em Coité, passa por Macaíba e fazem surgir a Natal como cidade de fato.

Esse reconhecimento, havemos de ter, é só resgatar a história de cada um desses personagens, contando a importância que tiveram para o desenvolvimento de Natal.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O nosso primeiro fotógrafo

Era como um ornato indispensável às festas. Antecipando a sua chegada, a indefectível fotografia, tão regular, tão natural, tão sua e inerente ao seu hábito que, julgamos possível, vê-lo ressurgir vivo e são, na tarde do seu enterramento, para bater mais um chapa fotográfica.

DR. MANOEL DANTAS
Luís da Câmara Cascudo. A Imprensa, 18 de junho de 1924.

A homenagem da Maçonaria ao seu benemérito associado – A sessão fúnebre da Loja “ 21de março”.

A oração de Luís da Câmara Cascudo

Sr. Dr. GOVERNADOR DO ESTADO
IRMÃO DELEGADO
MINHAS SENHORAS
MEUS SENHORES
PREZADOS IRMÃOS

A maçonaria norte-rio-grandense homenageia pela voz deste seu mau escolhido
orador um daqueles vencedores da morte que no verso camoniano se vão da lei da
morte libertando...

Tão alto é este termo do poeta que séculos antes S. Paulo interrogava se a morte
tinha poderio sobre certas estruturas mentais.

E esta a única, a verdadeira consagração. Sai de todos nós, do povo. O Estado
reflete somente o clamor ambiente. A lembrança mais viva é aquela que circula no
ritmo do sangue sem estátua, sem mármore, sem bronze.

Melhor expressão para a saudade não existe senão em nossa curiosidade de
procurar o morto nos lugares por ele frequentado. E às vezes sojigamos o ímpeto de
perguntar se ele apareceu fazendo o jornal ou semeando anedotas.

Manoel Dantas era a síntese do povo. Sertanejo, praciano, geógrafo e matuto,
advogado e um vivo anedotário, jornalista mestre pela capacidade de trabalho, fingia
receber lições de qualquer um.

Sairia do Sertão. Não este Sertão cinematografado em “posse” de vigiliatura
verânica. Não este Sertão de usos citadinos, mas o sertão autêntico, o sertão de pedra.

O meio físico atuando sobre sua formação anímica asselou-a com os traços de
sua face eterna. É um ambiente dantesco. As serras se erguem despertas e mudas como se o combate geológico as fraturasse subterraneamente. A vista que [ilegível] encontra além do tênue vestido dos capins verdes, da ondulação ciciante do panasco, aquela outra vegetação de pedra, abrupta, angulosa, irrompendo do seio da terra como exclamações de pavor a epopéia titânica das secas.

Deste ambiente ressurge o Hércules. – Quasimodo euclidiano. Trouxe a síntese
da força latente, da resistência espiritual. Consegue reunir a extrema sensibilidade e
fereza extrema. E quando a grande alma sertaneja se expressa num tipo de sua criação e legitimidade – é o cantador, aedo da viola rústica enfestonada de fitas ou vaqueiro, campeador da marroeiros ariscos no mundo intrincado das carrascais e xiquexiques.

A outra face desta terra é pelo inverno. À primeira [ilegível] de chuva o solo
reverdece e há um milagre sereno, como diria o Padre Vieira, confusão verde. A água
desce cortando espelho movente e claro, num reflexo de prata pelo tapete das várzeas.

Neste hiato ao ciclo climatério o sertanejo retempera o aço de sua vitalidade para
o próximo combate. E a sua vida não é que um rápido resfolegar no intervalo das
pelejas.

Este é o meio, este é o cadinho onde se forma a sub-raça dos homens de bronze,
guerreiros dos elementos, semeando a braço forte a civilização e a idéia do mundo no
inferno verde da Amazônia.

De tal seio surgiu Manoel Dantas. Fiel à terra imensa e rude foi ente nós a
grande voz do sertão.

Este porto de incidência entre o sertão e o litoral merece realce. Durante três
dezenas de anos Manoel Dantas conservou-se no vértice deste triângulo. Dos lados
desmesuravam a orla dos litorais com o rosário de cidades e do outro o infinito das
pradarias sertanejas.

O papel social o político devia ser custoso a outro. A ele era a própria atmosfera.
Desta forma a onda sonora encontrava-o para transmiti-la variando, prudente e sereno, o curso e a impetuosidade.

Foi seu magistério, conselheiro privado do Sertão. Conselheiro sem palavras,
mas em gestos, na eloquência das atitudes. Nele se consubstanciava o ímpeto da
vaqueiro e a prudência calculada do cantador.

Através de longa estada na “praça” Manoel Dantas manteve-se sertanejo. Era-o
na linguagem desataviada e franca, na gesticulação natural e pouco cerimoniosa, no
certo de contar anedotas.

Todos nós nos acostumamos à sua figura. Era como um ornato indispensável às
festas. Antecipando a sua chegada, a indefectível fotografia, tão regular, tão natural, tão sua e inerente ao seu hábito que, julgamos possível, vê-lo ressurgir vivo e são, na tarde do seu enterramento, para bater mais um chapa fotográfica.

E perguntávamos como uma criatura viajada e lida, conhecendo sumidades,
tendo sua terra n`alma e na inteligência, pudesse conservar a simplicidade ancestral dos seus maiores.

Não há um de nos que não recorde a sua voz tantas vezes ecoada no brilho das
festas maçônicas. Sob estas abóbadas ouvimo-la soar saudando a bandeira, estímulo,
alegria, mocidade poderosa naqueles dois olhos de eterno rapaz engraçado...
Recordamos essa vida feita de calma e bondade. Aquela voz de mestre sem
palmatória, de político sem vingança, de douto sem orgulho. Lembramos o tique verbal dos tácitos entremeados na conversação, a deselegância de andar, o piso forte, pausado, regular; o conselho meio riso meio seriedade que se orlava nos lábios finos num sorriso de irmão mais velho.

Esta síntese de apuro intelectual e desleixo e esquecimento pelo “modernismo”
era uma fidelidade ao Sertão.

Sempre o senti vestido mentalmente de vaqueiro. Ele nada mais foi de que um
vaqueiro de idéias.

Nunca pode fazer um estudo regular, metódico, seguro de qualquer cousa.
Manoel Dantas bibliófilo e possuidor de cinco mil volumes lia às carreiras, no bonde,
no trem, entre a “prosa” no jornal... Menos por si do que pelos seus encargos conservou-se um gazeteiro de idéias. Feriava-as sempre.

Entretanto o jornal seria feito sempre por si todas as vezes que desejava. Ia do
artigo de fundo ao suelto leve, da crítica à notícia, rápido oportuno, incisivo.

Apreendia as idéias de relance, num vôo d’imaginação, numa presciência.

Quando todos nós esperamos que a idéia venha carreada pela leitura, Manoel
Dantas buscava-a num lance arrojado, num minuto de afoiteza que bem condizia com
ele, neto de vaqueiro, os gladiadores do sertão hirsuto e bravio.

Sob aquela aparência de descanso, de tranqüilidade, de andar igual pelo mesmo
caminho, se escondia imaginação altíssima, romantismo, esperança, todas as virtudes
que pensamos existir nos patriotas verbais.

Entre os de seu tempo nenhum, por mais idealista, concebeu uma cidade ideal
substituindo esta em que vivemos. Viu-a Manoel Dantas, Ali-Babá cheio de pausa e
lento entusiasmo. E foi quem reputávamos o menos idealista dos patrícios donde partiu o gesto mágico, a palavra de encanto para fazer surgir em Natal fantástica, iluminada a milhões de lâmpadas, cidade de ouro, imensa, toda clara, mármore branco de Pentalico, e em volta, o Potengy fazia a lenta ronda meiga com seu dorso d`esmeralda.

Natal daqui a cincoenta anos é uma página de fé. Nele, se pretendêssemos tirar
o melhor de sua esperança, como Pero Vaz de Caminha para a terra moça do Brasil –
dar-se-há nelle tudo.

Manoel Dantas geógrafo era-o na acepção real e ladina do vocábulo. Conhecia a
terra a ele. O esboço coreográfico sobre o Rio Grande do Norte completa uma fase em meu espírito. Em 1918, firmando o que de alto e nobre queria Manoel Dantas ao nosso Estado escrevia-me.

“Os que estudam e amam a nossa terra hão de fazer conhecida com a segurança
que possuímos dela não recear confrontos”.

Outro dirá melhor do político. Só desejo e desta gloria só fico contente dizer
daqui, nesta festa de saudade, que Manoel Dantas se foi político não era da política
brasileira.

Morreu sem um inimigo.

Isso não quer dizer nada de bem. Um homem que sai da linha comum dos
homens, sobe um pouco, o Sol deve iluminá-lo com mais brilho por que ele fica mais
próximo do sol. O mau olhar dos outros deve ser obrigatório. Homem sem inimigos,
sem contestações, sem divergência é uma entidade moderna, sem equivalente na escola zoológica. E Dante assim entendia. Lá está no canto 3 uma multidão que chora obrigada a viver sob um ar sem estrelas e alívio. A esta gente pergunta o Florentino.

Ó mestre que ouço agora?
Quem são esses que a dor está prostrando?
Desse misero modo-tornou-chora
Quem viveu sem jamais ter merecido
Num louvor nem censura infamadora

Manoel Dantas teve inimigos e não poucos. Havia para si a superioridade de
sabê-los vencer sem zangas. Por mais que o adversário multiplicasse os golpes, tinha de si um contendor sereno. E de mãos crispadas caía, naturalmente, o florete ante a
invulnerabilidade tranqüila do inimigo.

No segredo desta força reside a base de sua Vitória. O primeiro que Manoel
Dantas venceu foi ele mesmo. Foi sempre o primeiro na estacada, na liça, na hora
vermelha da luta. Depois silenciava. Estava esperando que chegasse o outro momento de ser útil.

Abnegação! Eis o lema deste querido que a Morte ainda julga ter pedido levar de nosso pensamento.

Se uma criatura falível e feita de humos da terra pudesse viver na casa cristal,
essa seria Manoel Dantas. Nós sabíamos os seus trabalhos, hábitos, o encargo de suas horas, os seus minutos de lazer e onde empregava o dia trabalhando.

Podemos indicar, dada a hora, onde ele seria encontrado. Vencedor de si mesmo
deu-nos ainda, a todos nós que amamos a inteligência, a floração magnífica de sues
filhos, armados pela cultura e pelo exemplo para a mais nobre e linda Vitória no mundo.

Completou a vida. Deixou filhos, livros e plantou arvores. Creio mesmo que
fosse ele a mais digna Expressão de vida cultural e honesta, da força de terra que o
formara, erguera e vinha alimentando como exemplo, louvor e prêmio de sua
fecundade.

Faz-se mister lembrar os dois conselhos. O de Bossnet dizendo que a verdade é
devida aos mortos; o de Machado de Assis explicando que dizer bem dos mortos é uma forma de orar por eles.

Se dissemos a verdade elogiamos o nosso ex-venerável. Oração? Seríamos
dignos de orar por ele? Se este nos deu o caminho sereno da conduta, o riso tranquilo no meio da luta, a esperança entre trovões e tempestades de ódio mesquinho e rastejador, se algo merece não é a nossa oblata – é a saudade.

Eu sei o que perdi. Calou-se umas das raras vozes que ainda possuo na minha
defesa quando mordido. Silenciou, para mim e para o Estado, um de seus mais
devotados e leais filhos. Para a Maçonaria finou-se o irmão modelar, seguro, denodado, altivo, cheio de bem e de amor para com os outros.

Para o Sertão, melhor ele sentirá a ausência daquele que o defendia.

A Maçonaria Norte-Rio-Grandense presta a memória altíssima de Manoel Dantas, a cerimônia de sua saudade. Que ela viva sempre diante de nossos olhos, que nos estimule na estrada que pisamos, que nos momentos de abandono e tristeza possa
erguer-se na nossa alma a voz que emudeceu e sempre ouviremos, dizendo, como tantas vezes disse, a palavra de carinho, de confiança e de coragem.

Foto: Manoel Dantas

sábado, 7 de janeiro de 2012

SOBRE O BAR DAS SOMBRINHAS RECEBI

Caro Dunga:

Sem pretensão de ser historiador, vou lhe contar o que me lembro sobre o bar das sombrinhas que está na foto. Tudo faz crer que é da década de 1930, até pela vestimenta das pessoas que aparecem na foto, principalmente pelos chapéus dos homens.

Naquele tempo, não existia CAERN, o serviço de àgua e esgoto de Natal era uma concessão ao Escritório Saturnino de Brito, cujo desempenho deixou na época a cidade quase 100% saneada, e valiosas obras arquitetônicas e urbanísticas, que, infelizmente, a cultura vandálica predominante nesta "terra do já teve" deixou desaparecer.
Lembro que, já na década de 40, mais ou menos em 1944, no auge da segunda guerra, quando o censo demográfico registrava em Natal uma população de cerca de 55.000 mil habitantes, o contingente de militares americanos representava mais de 10% desta população, com grande influência na vida social, econômica e cultural da cidade, já existia aquele bar, e os alegres e endinheirados militares americanos costumavam frequentá-lo com as meninas igualmente "alegres" da Ribeira. Fui testemunha ocular algumas vezes.

O local era mesmo no inicio da ladeira do Sol, esquina da Rua Dionísio Filgueira com a avenida Getúlio Vargas, onde terminava a linha de bonde elétrico, em frente à casa do Coronel Guerreiro, a qual, por sinal, foi, na ocasião, ocupada pelo USO BEACH CLUB, clube social instituído pelo governo americano em todas as suas bases militares, para divertir suas tropas e fazer sua integração com a população local.

Trouxeram grandes artistas de cinema, e até a famosa orquestra de Glen Miller. Fizeram
um grande show na Lagoa de Manoel Felipe, juntamente com a Tabajaras de Campina
Grande, na qual brilhava o grande clarinetista de Taipu, Cachimbinho.

Fato marcante foi o entusiástico aplauso dos músicos americanos, quando ouviram o desempenho dos músicos nordestinos, sabendo-se que, hoje, quase 70 anos depois, a Tabajaras é a única orquestra no mundo que executa, com perfeição, os arranjos musicais do fabuloso Glen Miller, a ponto de o ouvinte não distinguir realmente qual das duas orquestras está tocando.

Quem deve conhecer melhor os fatos aqui narrados é o historiador Lenine Pinto ou os excelentes pesquisadores da Fundação Rampa, ou, ainda, o histórico piloto Graco Magalhães e os herdeiros dos antigos moradores do velho Petrópolis de Polidrelli e Palumbo.

Forte abraço deste seu amigo, teimoso morador de uma cidade que só existe na
imaginação de alguns

Moacyr Gomes

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bar das Sombrinhas


Avenida Getúlio Vargas, onde nasceu Cidade Nova - Petrópolis e Tirol.

Dizia-se que a mais mutilada de nossas artérias era a rua da Conceição, antiga rua do Caminho de Beber Água, a segunda rua de Natal, que descia até o riacho do Tissuru, Bardo ou Baldo, numa artéria única, até que a igreja católica a invadiu para ampliar a Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, dividindo-a em duas: Conceição e Santo Antônio.

Pois bem: nem a rua da Conceição foi tão mutilada quanto a avenida Getulio Vargas. Desta, nada sobrou diante dos dobrões do capital imobiliário, nem saudade deixou.

Levaram nossa história, sobraram os sobradões dos mais ricos e poderosos habitantes da Natalópolis que a memória abomina.

Esta foto é só parte da antiga Av.Atlântica que poucos conheceram e se lembram. Ela retrata uma novidade pra muitos (surpresa?), este Bar das Sombrinhas.

Nunca ouvi falar nesse Bar das Sombrinhas.

Pela foto, ficava à direita de quem sobe a Ladeira do Sol, ribanceira abaixo da balaustrada da Getúlio Vargas, antiga Avenida Atlântica.

Não parece ser o Mirante Praia Clube, inaugurado em 1975 pela Caern.

Sobre este, nos conta Itamar de Sousa:

"Durante o Governo Cortez Pereira, os dirigentes da CAERN organizaram o Mirante Praia Clube e construíram a sua sede à margem da pista da avenida Getúlio Vargas, na qual investiram cerca de 721 mil cruzeiros. O mencionado sodalício foi inaugurado festivamente no dia 14 de março de 1975 (Diário de Natal, 13 de março de 1975). Entretanto, em virtude de prejudicar a paisagem desta avenida e de obstaculizar o seu alargamento, o Mirante foi demolido entre o final do governo Tarcísio Maia e o início do governo Lavoisier Maia."

Nos conta Petit das Virgens, que o restaurante do “Mirante” ficou sob responsabilidade de Alcione Dowsley, empresário que criou o primeiro motel de Natal e que ficou famoso pelo uso criativo dos primeiros outdoors de nossas avenidas: Tahiti, o paraíso é aqui! Entre muitos outros apelos que se popularizaram e caíram no gosto popular.

Mas a estória aqui é outra: alguém tem notícias sobre a história desse Bar das Sombrinhas que nos possa contar?