terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DA SEX CLÔ


Minha gente,
Vejam como o turismo está entrando no Rio Grande do Norte: de-sen-fre-a-da-men-te!
Só estou pensando onde é que eu vou morar quando isso começar a acontecer na Paraíba...
Há 15 dias, Antonio Banderas esteve em Natal para gravar a propaganda do tal resort que será veiculada na Europa.

Clotilde,
candidata a vizinha de Zabé da Loca.


Megaresort ameaça duna, diz Promotoria

Ministério Público investiga se empreendimento de 35 mil casas no Rio Grande do Norte irá ainda afetar infra-estrutura local
Previsão é que obras tenham início em março; jogador Ronaldo e ator Antonio Banderas fazem propaganda do condomínio na Espanha

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
A "Duna Dourada", um dos principais pontos turísticos do Rio Grande do Norte, está ameaçada pela construção de um megaresort, com 35 mil casas, perto de Natal. A denúncia é do Ministério Público.

O "Grand Natal Golf", iniciativa de uma empresa espanhola, é considerado pelo governo federal o maior projeto imobiliário
turístico do país. Seus números são comparáveis aos de uma grande cidade: dentro de cerca de dez anos, serão aproximadamente 35 mil casas, que poderão abrigar até 166 mil pessoas. Natal, por exemplo, tem 750 mil moradores, segundo o IBGE.

A Promotoria do Rio Grande do Norte investiga se o empreendimento irá trazer, além do desaparecimento da duna, o esgotamento da infra-estrutura local e o acirramento das diferenças sociais.

A obra já ganhou a licença prévia do Idema, o órgão ambiental estadual, e as obras estão previstas para março.

Na Espanha, a reserva de casas por parte dos interessados já começou. As vendas têm como garotos-propaganda o jogador de futebol Ronaldo e o ator espanhol Antonio Banderas. O público-alvo é europeu, e o slogan é "deixe-se seduzir pela magia brasileira".

Mas, para a promotora Ethel Ribeiro, da cidade de Extremoz, que sediará parte do empreendimento - outra parte fica em Ceará-Mirim -, há a possibilidade de que a "Duna Dourada", que está na área onde será feito o megaresort, possa desaparecer. Por não ser vegetada, ela pode ter, legalmente, 20% de sua área construída. Mas uma edificação pode, por exemplo, bloquear os ventos.

"Estamos tentando discutir isso agora, porque quando a obra começa fica muito difícil de parar."

Caso a duna seja afetada, diz, haverá também uma perda da fauna e da flora, além do risco de estragar um cenário que hoje é considerado paradisíaco.

Os empreendedores afirmam que a duna continuará "intocada". O Idema diz que criou uma comissão especial para acompanhar a maneira como essas formações se transformarão com obras como essa.

A promotora também diz que é preciso avaliar bem como serão criadas as condições sanitárias e sociais para prover a população que passará a viver, gradativamente, ali.

Ela diz suspeitar que não haja escolas, hospitais ou policiais para lidar com esse crescimento, que poderá também sobrecarregar o saneamento básico da área, que hoje já é considerado ruim - apenas 33% de Natal tem rede de esgoto.

Outra possibilidade, afirma, é que as obras não consigam absorver o fluxo migratório da população.

Para o governo estadual, no entanto, a expectativa é inversa. Segundo o secretário de Turismo, Fernando Fernandes, a obra deve gerar ao menos 100 mil postos de trabalho na área hoteleira e da construção civil, e, assim, desenvolver a região ao norte de Natal.

Com o "boom" turístico no Rio Grande do Norte, o Ministério Público investiga suspeita de que vereadores de Natal teriam sido beneficiados por empreiteiras para favorecê-las durante a votação do Plano Diretor da cidade, em 2007. A investigação não foi concluída.

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