terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DIÁRIO DE NATAL, HOJE

Empreendimento já beneficia a região

Gerente de projetos da Sociedade Potiguar de Empreendimentos Ltda. (Spel), o espanhol Hugo Bueno diz que o projeto do Grand Natal Golf sempre foi pautado pela responsabilidade sócio-ambiental. A Spel é proprietária do terreno onde o grupo Sánchez desenvolve o projeto imobiliário, nas praias de Jacumã e Pitangui.

‘‘Quando chegamos à região, há 17 anos, fizemos uma audiência com a comunidade local e perguntamos às pessoas quais eram as suas principais necessidades, e elas nos responderam: saúde, emprego e educação. Quinze dias depois fizemos a Escola das Dunas, que até hoje já beneficiou 3 mil pessoas’’, diz Bueno sobre um projeto de educação formal e ambiental.

Hugo Bueno assegura que, dos quatro projetos de educação ambiental que foram apresentados no Rio de Janeiro durante a Eco-92, o único que persiste é o da Escola das Dunas. ‘‘Antes os professores das escolas públicas em Pitangui eram de Natal. Hoje o quadro docente dessas escolas é composto totalmente por ex-alunos do projeto’’.

Ele declara que o Grand Natal Golf promoverá ‘‘justamente o contrário’’ do que chamam de ‘‘acirramento das diferenças sociais’’ . ‘‘Vamos absorver mão-de-obra da comunidade tanto no período construtivo quanto no funcionamento do resort’’, adianta.

O empreendedor segue citando as ações sociais da Spel dizendo que as primeiras pessoas a participarem do projeto Universidade para a Terceira Idade, da Universidade Potiguar (UnP), foram ‘‘as senhoras de Pitangui’’. O empresário Paulo de Paula, um dos sócios da UnP, também tem participação na Spel.

Bueno enfatizou o rigor com que segue a legislação ambiental. ‘‘A cada mudança de uma lei ambiental, nos adequamos. Mesmo que pudéssemos seguir a legislação anterior’’, destaca.

Sobre o receio de uma associação de bugueiros de que o Grand Natal Golf vá atrapalhar esta atividade profissional, Hugo Bueno explica que a obra não vai afetar o formato das dunas. ‘‘Pelo contrário, nós temos há muito tempo um projeto de fixação das dunas que utiliza palhas de coqueiro, transmitindo material nutritivo para outras plantas darem sustentação à areia’’, argumenta.

Ele informa que no dia 19 de dezembro a licença prévia do resort foi aprovada no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema). Em dez anos, serão construídas 30 mil casas, com blocos de três pavimentos. ‘‘Se as casas lotarem, no máximo irão residir na região 70 mil pessoas. O índice de adensamento da Vila de Pitangui é muito maior do que o do Grand Natal Golf’’.

De acordo com o gerente de projetos, o projeto utiliza cinco vezes menos o potencial construtivo determinado pelas prefeituras de Extremoz e Ceará-Mirim. ‘‘O coeficiente de aproveitamento dos planos diretores destes municípios é de 1.25. O nosso será de 0.2’’. O índice mede o quanto se pode construir em um terreno. Por exemplo, nos dois municípios, em um terreno de 100 metros quadrados pode-se ter uma área construida de 125 metros quadrados. O início das obras da primeira parte do Grand Natal Golf está previsto para março.


Empreendimento tem licenciamentos do Idema

De acordo com a coordneadora de meio ambiente do Idema, Ivanosca Rocha Miranda, o processo completo do projeto Grand Natal Golf foi enviado à Promotoria de Extremoz na sexta-feira da semana passada. ‘‘Deve chegar de hoje (ontem) para amanhã (hoje)’’, disse ela, esclarecendo que até agora o Idema emitiu ao Grupo Sanches, além da licença prévia, a licença de instalação de um acesso de 2,5 quilômetros.

Sobre o impacto negativo que a obra poderia causa à região, Ivanosca Miranda disse que durante a audiência pública todas as questões foram tratadas. ‘‘Houve uma participação maciça e todas as contribuições foram incorporadas ao processo’’, afirmou.

Segundo a representante do Idema, a acessibidade da praia não será afetada porque o projeto contempla áreas com essa finalidade. Com relação ao esgotamento sanitário, ela disse que o projeto prevê a reutilização e reaproveitamento de efluentes. Já a questão do desaparecimento da duna, Miranda explicou que o Grupo Sanchez vai utilizar uma área menor do que permite a legislação. ‘‘A lei permite a construção de empreendimentos turísitos em até 20% das dunas móveis. A empresa vai utilizar menos de 17%’’, informou Ivanosca Miranda, acrescentando que o projeto passou por um estudo da fauna costeira da região.


Renato Lisboa e Viktor Vidal
Da equipe do Diário de Natal

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