segunda-feira, 6 de junho de 2011

EM 15 DE FEVEREIRO DE 2009

Por obra e força de uma bola de futebol
Eduardo Alexandre Garcia

E se a Fifa aprova Natal como sede da Copa? A cidade vira um canteiro de obras.

O primeiro grande espetá¡culo não será um jogo. Será um gol. Contra. Um gol contra quando virão abaixo todas as edificações do Centro Administrativo, o Machadão, o Machadinho e a terra santa pisada por Sua Santidade o Papa Karol Wojtyla.

A cidade vai parar para ver o espetáculo da implosão. Tudo de uma vez: Bruuuuuuuuuuuuum! E a fumaça branca de poeira cobrindo Lagoa Nova, Candelária e derredores.

O cúmulo da insensatez para dar lugar ao belo projeto apresentado, assim, de repente, aos natalenses. Sem discussão, sem que um vereador ou deputado tenha emitido um parecer, dito uma palavra. Coisa caí­da das alturas, como chuva alvissareira que ninguém pode impedir de se derramar.

Ah, e tinha de ser ali! Tinha que ter a implosão de tudo, para que ficasse marcada na memória da cidade do já teve que tivemos um parque administrativo, um estádio de futebol e um ginásio coberto demolidos por obra e força de uma bola de futebol!

Não podia, o Complexo da Arena das Dunas, ser erguido em outro local, ali, bem próximo, entre a Candelária e a Cidade Satélite, sem que nada fosse destruí­do?

A cidade ganharia um outro estádio, um outro ginásio, um outro parque administrativo. E ninguém seria contra.

Vejo a perspectiva e recordo de minha infância, levado ao velho Juvenal Lamartine pelas mãos do meu pai desportista José Alexandre Garcia. Quantas conversas de sonhos ouvi, até ver o "Castelão" recebendo público para o primeiro jogo! Sonho de desportistas do quilate de um João Machado, Luí­s G. M. Bezerra, Aluí­sio Meneses, Humberto Nesi, Humberto Pignataro, tantos...

E recordo quando fomos presenciar o descerramento da pedra fundamental do estádio ainda sonho de todos aqueles desportistas. Uns loucos, a querer construir um estádio longe da cidade, mais para Parnamirim que para Natal!

E hoje a argumentação de ter de ser ali o Parque da Arena das Dunas é por ser central, com malha viária ideal, transporte fácil...

Não. O natalense não vai permitir que esse absurdo aconteça.

Que se erga o complexo em outro lugar, não destruindo o que já temos e que foi construí­do com tanto sacrifí­cio!

Tamanho absurdo, não!



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