sábado, 28 de maio de 2011

ATENTADO À DIGNIDADE E À SOBERANIA



AO ILUSTRE DEPUTADO GUSTAVO CARVALHO

Prezado Deputado:


Li, ontem, sua prudente e oportuna advertência no O Jornal de Hoje nos seguintes termos: “Machadão não pode ser demolido sem a certeza de que Natal será sede de Copa”.


Sob todos os aspectos, é um aviso muito sério sobre o risco que corre aquele ex-consagrado patrimônio da cidade, de ser dizimado inutilmente, por mero capricho perverso de cunho vandálico, somado a interesses suspeitos até hoje não devidamente investigados.


Tenho convicção de que, no íntimo, sua intenção seria dizer : “O Machadão não deve ser demolido mesmo que Natal venha a ser sede da abertura ou partida final da Copa”, por algumas razões de bom senso e até de cunho legal, que tentarei expor, com sua licença:


Primeiramente, me permita lembrar, V.Excia., em reunião na Governadoria, foi o mais ardoroso defensor da minha ida ao Seminário da CBF,em setembro de 2008 com o fim de expor e discutir com os representantes da FIFA, o Estudo Preliminar de adaptação do nosso estádio às especificações requeridas pela mesma, chegando até a afirmar que seria inócuo mandar uma Comissão ao evento sem minha participação, na qualidade de autor do projeto original e do estudo alegado;


Cumpre lembrar que estavam presentes a esse episódio, além de V.Excia., os secretários Adalberto Pessoa de Carvalho, Fernando Fernandes, Wagner Araujo, Magnólia Figueiredo, Ney Silveira Dias, Carlos Eduardo do Nascimento, tendo também a reunião contado por alguns instantes com a presença do Sr. Iberê Ferreira de Souza;


Assim, uma comissão chefiada pelo secretário de Estado, Sr. Fernando Fernandes, representou Natal perante o evento CBF/FIFA, embora estivesse presente um secretário do Município, caracterizando usurpação, pelo Estado, das prerrogativas do Município, convidado principal;


Logo ao retornar-se da missão cumprida, constatou-se que alguém decidira, ao invés da reforma em comento, fazer a demolição do Machadão, e, em seu lugar, construir uma arena multiuso, à qual deram a denominação de “Complexo Arena das Dunas”, como pretexto para implantação de um mega empreendimento imobiliário, que venderia aquela propriedade pública a empresas privadas, sem consulta ao interesse da população, conforme reza o inciso XIII do art. 2º do Estatuto da Cidade;


Acrescente-se que até mesmo as licenças legislativas para alienação de bens públicos foram tumultuadas e subjugadas ao processo subliminar caviloso, que anestesiou e enganou parte da população pela promessa de um “legado” de modernidade e progresso, que ainda não passa de promessa.


Portanto, sua advertência chega em boa hora, partindo do princípio de que não é necessário demolir um estádio para construir outro no mesmo espaço, salvo se não houver disponibilidade de terreno adequado, sabendo-se que o estado tem terrenos muito melhores e melhor situados, sabendo-se ainda que as demolições anunciadas trarão prejuízos irrecuperáveis ao nosso esporte (haja vista a situação humilhante de clubes de tradição como Alecrim e America submetendo suas torcidas ao desconforto de deslocamento para outras cidades);


Cabe, por último, informar que o Estado e o Município assinaram um termo de Compromisso com a FIFA, unilateral e leonino, em novembro de 2008, no qual concordam que a FIFA corte a cidade convidada no momento que quiser, sem qualquer perspectiva de alegar direito adquirido.


Esse documento, no meu entender, atentatório à nossa dignidade e soberania, deveria ter sido referendado pela Assembléia Estadual, na qualidade de defensora do patrimônio e dignidade públicos.


Assim, pode-se afirmar que não há certeza de que Natal será sub-sede da Copa, e que o discurso do secretário da SECOPA será o mesmo, monocórdio e unidirecionado, não podendo ser interpretado como garantia. Quem disser que tem certeza estará mentindo.


Com meus parabéns pela sua atitude de defesa de nossa cidade, seguem minhas respeitosas considerações de cidadão.


Moacyr Gomes da Costa – Arquiteto

Natal, 26/05/2011


Comitê de Natal estranha 'ameaça' da Fifa e diz que está dentro do prazo

Secretário extraordinário para assuntos da Copa na capital do Rio Grande do Norte diz que Estádio das Dunas estará pronto em dezembro de 2013

Por Márcio Iannacca

Rio de Janeiro27/05/2011 16h11


O comitê organizador de Natal se manifestou nesta sexta-feira de forma oficial ao tomar conhecimento das decisões da Fifa, que excluiu oficialmente a cidade da Copa das Confederações, que acontecerá em 2013. Essa medida já era esperada pelo secretário extraordinário de assuntos relativos ao Mundial, Demetrio Torres. Porém, a "ameaça" da entidade máxima do futebol de retirar a capital do Rio Grande do Norte da competição em 2014 pegou o profissional de surpresa.

Segundo Demetrio, o comitê de Natal enviou os novos prazos para a entrega do Estádio das Dunas à Fifa e ao comitê organizador local (COL) no fim do ano passado. De acordo com o secretário, as obras na arena estão dentro do cronograma e que o local será entregue em dezembro de 2013.

- Assumimos três datas fundamentais com a Fifa e o COL. A primeira era que o edital seria lançado ainda em 2010. Foi o que ocorreu. Tivemos a licitação e apareceu a empresa interessada. A segunda etapa era a ordem de serviço. Fizemos isso em abril. Por último, a previsão é de iniciar as obtras até o fim do primeiro semestre - explicou Torres.

Estádio Machadão estádios da copa 2014 (Foto: Canindé  Soares)Estádio Machadão e o ginásio Machadinho serão demolidos para a construção do Estádio das Dunas. Previsão é de que a arena esteja pronta em dezembro de 2013 (Foto: Canindé Soares)

De acordo com o secretário, as obras no Estádio das Dunas já começaram. Os estudos técnicos da região onde será construída a arena já estão em fase final de conclusão. Segundo Torres, neste sábado, a prefeitura de Natal vai entregar ao comitê de Natal a posse do complexo do Machadão, que ainda abrange o ginásio Machadinho.

- Vamos receber o complexo e, em 10 dias, a empresa (OAS) se instala no local provisoriamente para inciar o isolamento como deve ocorrer em qualquer obra pública ou privada. Finalizado isso poderemos iniciar a obra. Tecnicamente, as obras já começaram. Fizemos o levantamento topográfico, que já está em fase de conclusão - disse.

Torres aproveitou para explicar como será o processo de demolição do complexo do Machadão. Segundo ele, as obras do Estádio das Dunas não está ligadas à saída da antiga arena.

- A previsão é de começar a demolição no segundo semestre. É importante que se diga que o estádio (das Dunas) pode ser construído mesmo sem a demolição do Machadão. Apenas uma parte do novo estádio coincide com o Machadão. A demolição será mecânica e nos permite tomar esse rumo nas construções - afirmou o secretário.

No próximo dia 29 de julho, a Fifa vai divulgar de forma oficial as cidades-sede para a Copa das Confederações. Os locais já foram escolhidos e são os seguintes: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Porto Alegre.

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O SECRETÁRIO ESQUECEU DE INFORMAR SOBRE RESPOSTAS A IRREGULARIDADES DO CONTRATO COM A OAS, COBRADAS PELO TCU, SEM AS QUAIS O BNDES NÃO LIBERA O EMPRESTIMO DE 400 MILHÕES.

ESQUECEU TAMBÉM DE INFORMAR SOBRE O PROJETO EXECUTIVO QUE O CREA NEM NINGUÉM CONHECE AINDA E SOBRE AS LICENÇAS NECESSÁRIAS AO INÍCIO DAS OBRAS.



A FIFA FEDE

28/05/2011 09h39 - Atualizado em 28/05/2011 09h39

Ministro britânico pede suspensão de eleição presidencial na Fifa

Pleito está marcado para a próxima quarta-feira, na Suíça. Além de Joseph Blatter, que busca reeleição, qatari Mohammed bin Hammam quer o cargo

Por Das agências de notícias Londres

Blatter evento FIFA (Foto: EFE)

Joseph Blatter, atual presidente da Fifa, concorre à
reeleição na entidade (Foto: EFE)

O ministro de esportes do Reino Unido, Hugh Robertson, pediu a suspensão das eleições a presidente da Fifa devido ao escândalo de corrupção que, segundo ele, transformou a campanha em "uma farsa". As declarações do político foram divulgadas pela imprensa inglesa.

O suíço Joseph Blatter, atual presidente da Fifa e candidato à reeleição, e o qatari Mohammed bin Hammam, que também concorre ao cargo, terão de dar explicações ao comitê de ética da entidade neste domingo, apenas três dias antes da eleição, prevista para a próxima quarta-feira.

Na última quarta-feira, a Fifa anunciou que seu comitê de ética tinha aberto um procedimento disciplinar para investigar a suspeita de violação do código por parte do vice-presidente da entidade máxima do futebol, Jack Warner, e de Mohammed bin Hammam.

Dois dias depois, uma denúncia apresentada por Mohammed bin Hammam, membro do comitê executivo da Fifa e rival de Blatter nesta campanha, obrigou a abertura de outro procedimento disciplinar, neste caso contra o atual presidente.

- A campanha para a eleição presidencial se degradou a uma farsa. Com os dois candidatos acusados de corrupção, tudo indica que a eleição deveria ser suspensa - disse Robertson, que pediu transparência nos organismos desportivos.

Ele destacou que "deve haver uma mudança pelo bem do mundo do futebol" e, para isso, fez uma comparação com o novo regulamento adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após o escândalo de subornos nos Jogos de Inverno de Salt Lake City, em 1999.

- A Fifa precisa urgentemente de uma reforma, igual a do COI após Salt Lake City - advertiu o ministro britânico.

O escândalo de 12 anos atrás veio à tona quando se descobriu que a candidatura de Salt Lake City para os Jogos de Inverno de 2002 tinha destinado US$ 1 milhão (R$ 16 milhões) em privilégios a membros do COI e suas famílias como favorecimento.

- Não vejo como se vai a desenvolver um processo de eleição com ambos os candidatos acusados de corrupção. Seria um processo sem sentido. Há um desejo de tentar, trabalhar e mudar a Fifa de dentro. Se a Fifa demonstra que é incapaz de fazer isso, então me atreveria a dizer que todas as opções são possíveis - analisou o ministro.


Suíça já estuda intervenção na Fifa

Parlamento do país define prazo para que órgão, mergulhado em denúncias, se submeta a auditorias, e projeto de lei vai exigir governança transparente

27 de maio de 2011

JAMIL CHADE - Correspondente - O Estado de S.Paulo

GENEBRA - Em meio a um tiroteio pré-eleitoral que opõe o atual presidente, Joseph Blatter, e Mohamed Bin Hammam, seu adversário no pleito de quarta-feira, a Fifa sofreu nesta quinta-feira um duro golpe.

Tradicionalmente alheias ao que ocorre na principal entidade esportiva do planeta, autoridades suíças (onde o órgão tem sede física) anunciaram formas de poder intervir na federação para tornar sua gestão mais transparente.

O Parlamento Suíço deu prazo até dezembro deste ano para que a Fifa reformule suas regras e passe a aceitar auditorias externas. "Está na hora de todos seguirem as mesmas leis", afirmou Roland Buchel, deputado suíço.

A senadora Geraldine Savary ainda apresentou ao governo uma proposta de lei para obrigar as organizações esportivas sediadas na Suíça (o que inclui o Comitê Olímpico Internacional) a publicarem suas contas e serem transparentes. "Não há como continuar desse jeito", afirmou.

A Administração de Finanças da Suíça advertiu, em nota à Fifa, que o fato de a entidade contar com benefícios fiscais no país não pode ser pretexto para praticar evasão fiscal, um dos crimes em que pesam suspeitas sobre a entidade. Em poucos meses, um terço dos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa foi acusado de corrupção - houve suspensões.

Eleição. Acusado de pagar subornos para obter votos para a escolha do Catar como sede do Mundial 2022, Mohamed Bin Hammam pediu nesta quinta-feira investigação na Fifa contra Blatter, alegando que ele sabia das supostas propinas e não se opôs.

Na véspera, a Fifa abrira um processo para investigar o único rival do atual presidente na eleição. "Há um plano para forçar a retirada de minha candidatura", afirmou Bin Hamman, que nega envolvimento no caso.

Porém o Estado obteve informações de que as provas apresentadas contra ele mostram o oferecimento de US$ 2 milhões (R$ 3,22 milhões) às federações do Caribe e América Central. Blatter e seu rival se encontram domingo no Comitê de Ética da Fifa.

Na quinta, parlamentares ingleses que conduzem uma CPI do futebol pediram o cancelamento das eleições se Bin Hammam for punido. "Deve haver uma nova eleição e novos candidatos devem ser autorizados a se apresentar", afirmou o deputado Damian Collins, membro da CPI.


Fifa anuncia abertura de investigação sobre próprio presidente

Inquérito sobre Joseph Blatter foi pedido por candidato rival à presidência da entidade, Mohamed bin Hammam, que também é alvo de investigação

27 de maio de 2011

A Fifa, entidade que comanda o futebol mundial, anunciou nesta sexta-feira a abertura de uma nova investigação sobre a suposta quebra do código de ética da organização contra o seu próprio presidente, Joseph Blatter.

Arnd Wiegmann/Reuters - 9/5/2011

Arnd Wiegmann/Reuters - 9/5/2011
Blatter e Bin Hammam disputam eleição em 1.º de junho

Na quarta-feira, a Fifa havia anunciado a abertura de um procedimento semelhante contra o rival de Blatter na disputa pela presidência da entidade na eleição programada para o dia 1.º de junho, Mohamed bin Hammam.

A investigação contra Blatter foi pedida pelo próprio Bin Hammam, que alegou que as acusações contra ele que motivaram a abertura da investigação nesta semana já haviam sido informadas anteriormente ao presidente da Fifa, que não teria manifestado objeções.

O alvo do inquérito aberto no comitê de ética da Fifa é o suposto pagamento a delegados da Fifa que participaram de uma reunião no início de maio em Trinidad e Tobago, convocada conjuntamente por Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática de Futebol, e por Jack Warner, presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte e do Caribe) e vice-presidente da Fifa.

"As acusações incluem declarações segundo as quais Blatter (...) foi informado, mas não se opôs a pagamentos supostamente feitos a integrantes da Federação de Futebol do Caribe", afirmou Hammam.


Platini elogia investigação da Fifa a Blatter

27 de maio de 201

AE-AP - Agência Estado

O presidente da Uefa, Michel Platini, elogiou a decisão da Fifa de investigar seu próprio mandatário, Joseph Blatter, fato que foi anunciado pela entidade que dirige o futebol mundial nesta sexta-feira. Ele foi convocado a participar de uma audiência neste domingo e será interrogado pelo Comitê de Ética da Fifa, três dias antes de disputar a eleição para estender o seu mandato em uma disputa direta contra Mohamed bin Hammam.

"É um momento muito interessante", declarou Platini, que também é um dos vice-presidentes da Fifa e considerado um dos possíveis sucessores de Blatter na presidência da entidade no futuro.

Hammam também responderá a inquérito neste domingo, depois de ser acusado pelo integrante do Comitê Executivo da Fifa Chuck Blazer de oferecer pagamentos por votos na eleição da Fifa a integrantes da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe).

No entanto, de acordo com o relatório de Blazer, o vice-presidente da entidade caribenha, Jack Warner, teria informado Blatter com antecedência sobre esses pagamentos e o presidente da Fifa não teria tomado nenhuma atitude em relação ao caso.

"Estamos passando por uns dias raros, estes próximos dias, devido a isso (acusações) e às eleições", opinou Platini, que está em Londres para acompanhar a decisão da Liga dos Campeões da Europa entre Manchester United e Barcelona, neste sábado.

Perguntado se aceitaria algum tipo de suborno, o ex-meia francês afirmou ser "incorrupto". "Nunca nem tentaram. As pessoas sabem quem é corrupto, quem pode ser corrompido", declarou o dirigente, antes de afirmar não saber se a Fifa é corrupta. "Vamos ver as evidências", concluiu.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

DEMOLIDOR SEM CARISMA

Foto: Vlademir Alexandre
Não, não, não, o secretário não convence, não catequisa.
Decididamente, o senhor Demétrio Demolidor não tem carisma.

Potiguares na vitrine
por Woden Madruga
http://www.tribunadonorte.com.br/coluna/2010
26 de Maio de 2011


As tribos potiguares permanecem nas vitrines do país e, quiçá, do mundo.

Houve o episódio com a professora Amanda Gurgel denunciando o caos na educação do Estado, perante uma Assembleia Legislativa silenciosa, muda.

Nos noticiários da Globo e de outras redes de televisão, os espaços são abertos para os desmandos da Prefeitura de Natal e os desacertos do Governo do Estado. As greves na Educação e na Segurança Pública, o caos nas escolas (a merenda no meio), nos hospitais e nas cadeias, a greve dos transportes urbanos de Natal. São temas das manchetes nacionais. O caso dos presos amarrados em motocicletas e amontados em delegacias, choca.

Junta-se a tudo isso o negócio da Copa do Mundo.

Natal poderá ser riscada do mapa da Fifa na Copa de 2014. Tem gente que não aposta mais um quiabo na tal da Arena das Dunas. Nem nos papos da CBF nem nas conversas de Brasília, às vezes matriz e às vezes filial dos negócios selados com a empresa do senhor Ricardo Teixeira, um senhor consultor.

A Veja desta semana, em sua reportagem de capa, faz uma radiografia exata do quadro brasileiro: é muito ruim, é preocupante. Os estádios não estariam prontos. O de Natal nem iniciado foi.

Disse Veja: “Nada é tão grave, no entanto, quanto a situação de três sedes: São Paulo, Natal e Curitiba. Até agora, não foi gasto um único centavo em seus estádios (...). Em Natal, o Estádio Machadão dará lugar, em teoria, à Arena das Dunas. Mas a velha estrutura segue intacta. Será preciso demoli-la, para depois começar de zero o novo projeto”.

O assunto Copa do Mundo foi mote do artigo de Daniel Piza, na edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de jornalista, analista político, Daniel Piza é escritor (biógrafo de Machado de Assis e anda nas pegadas de Euclides da Cunha) e bate um bolão nos gramados do futebol, nas telas do cinema e nos saraus literários.

O seu artigo foi escrito em forma de carta dirigida à presidente Dilma Rousseff. Natal aparece (Natal está em todas, gente!) nas bem traçadas linhas de DP. Destaco alguns trechos:

- A imprensa noticia frequentemente os descasos e abusos relacionados não só às reformas e construções dos estádios, mas a uma série de outros problemas como o dos aeroportos – os quais, para variar, querem resolver à base do improviso, transformando contêiners em áreas de embarque... Quanto aos estádios, não é que nós, cidadãos, vamos passar vergonha: nós já estamos!;

- Que a reforma do Maracanã custe R$ 1 bilhão e esteja com o ritmo tão atrasado – e, como já escrevi e a senhora bem sabe, a pressa é amiga da corrupção – nos enche de constrangimento (...). Nem na África do Sul as coisas foram tocadas com tanta ineficiência e suspeição.

- Isso para não falar do atraso em quase todas as outras sedes e o fato de que algumas delas, como Cuiabá e Natal, não têm expressão para usufruir as tais “arenas” depois. Também nem vou mencionar as seguidas acusações que pesam sobre os negócios da CBF com a Fifa, já que a entidade sempre alega ser independente do poder público, ainda que ganhe tanto dinheiro com os símbolos e as paixões nacionais”.

Acrescento à descrença de Daniel Piza também a minha com relação a construção da “Arena das Dunas”.

A minha descrença nada tem a ver com os números astronômicos da obra, o atraso em tudo (nem o projeto foi registrado no Crea), nem ao liseu franciscano dos cofres estaduais, segundo os boletins diários dos porta-vozes do Governo.

Basta ver e ouvir o secretário Demétrio Torres falando sobre a Arena. A expressão fisionômica, a cara do secretário, o jeito dele falar.

Não, não, não, o secretário não convence, não catequisa.

Decididamente, o senhor Demétrio Demolidor não tem carisma.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para a Senhora diretora/presidente da FJA

Senhora Ana Neuma de Lima
Nesta

Estimada senhora,

Pelo presente, vimos, respeitosamente, solicitar desta presidência, a juntada do documento neste e-mail anexo, ao Processo Nº 99074/2011-1, desta Fundação, que solicita os tombamentos do Ginásio Humberto Nesi e Estádio João Machado.

Assinado por professores doutores da nossa Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ele poderá ser de grande valia para um parecer técnico sobre o pedido de tombamento em questão.

Informamos, outrossim, que o mesmo será levado impresso ao Centro de Documentação Cultural Eloy de Souza, desta FJA, onde, segundo página de protocolo do Governo do Estado do RN, o mesmo se encontra para análise.

Certos de sua atenção, desde já manifestamos os nossos agradecimentos.

Natal/RN, 25 de maio de 2011



Este artigo pretende revelar parcela expressiva do obituário da arquitetura moderna em Natal, principalmente quando se anuncia a morte de mais um exemplar, o estádio João Machado, principal praça de esportes do estado.
O edifício, que já recebeu a alcunha de “poema de concreto armado”, foi considerado descartável, sem que se promovesse nenhuma discussão sobre sua importância simbólica e patrimonial para a cidade.
Aos leitores do Aldeia Poti, sugiro abrir o link abaixo, para conhecimento do documento:

www.docomomonortenordeste.com.br
No
cartas@novojornal.jor.br

Prezada Governadora:

Tenho por Vossa Excelência uma admiração respeitosa e continuo torcendo que seu governo consiga deslanchar depois de resolver todos os problemas herdados do governo passado.

Entretanto, tem umas contas que não estão batendo não minha cabeça.

Acredito realmente que o governo do estado não tem recursos financeiros para pagar os reajustes exigidos pelos grevistas e que nem querendo poderia fazê-lo por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Então, de onde se vai tirar o dinheiro para pagar as obras para a Copa do Mundo?

Só a Arena das Dunas custará uma fábula.

As vozes que tenho escutado nas ruas me perguntam: Como não tem dinheiro para pagar aos professores, se tem para o estádio novo? Se me fosse dado o direito de lhe dar um conselho eu diria:

Governadora Rosalba, desista dessa obra faraônica para não ter sérias dificuldades no futuro.

Talvez a maioria não aceitasse, mas os que têm os pés no chão iriam aplaudir.

Como essa obra não poderá ser paga nem em um nem em dois mandatos, como reagiriam os seus sucessores tendo que pagar uma conta que eles não autorizaram?

Geraldo Batista

ATRASOS RECOMENDAM ADIAR DEMOLIÇÃO

Atrasos em relação à Copa recomendam adiar demolição
ROBERTO GUEDES
http://www.novojornal.jor.br/edicaododia/Caderno_01.pdf

Algumas constatações divulgadas nos últimos dias por observadores credenciados daqui e do centro-sul do país deixaram na contramão a governadora Rosalba Ciarlini, a prefeita Micarla de Souza e o choque entre a veemência verbal e o desalento visual com que o secretário estadual da Copa, engenheiro Demétrio Paulo Torres, tentou desfazer a imagem de que Natal está na marca do pênalti em termos de sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014.

Três delas merecem destaque. A mais recente edição da “Veja”, de longe a mais vendida revista semanal de informação do país, desembarcou aqui dizendo que Natal não tem a menor possibilidade de construir o estádio “Arena das Dunas”, adredemente
planejamento como sede dos jogos.

Num quadro apensado à reportagem para mostrar quando estariam prontos os catorze estádios eleitos para o certame, a revista disse que o “Arena das Dunas” nunca será concluído.

Em seguida, veio o “site” Globoesporte, mostrando que Natal é “uma das sedes mais atrasadas para a Copa do Mundo de 2014”.

Por último, falou o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), exatleta e um dos maiores defensores da atração de jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2.014 para Natal. Trata-se do homem que em janeiro deste ano conseguiu ressuscitar a permanência de Natal como sub-sede da copa. Recorde-se que o parlamentar exerceu então fortíssima pressão pessoal, dessas que só muita amizade permite, sobre o presidente da Confederação Brasileira de Futebol(CBF), empresário Ricardo Teixeira, que esta semana novamente se viu enrascado em denúncias de corrupção na Federação
Internacional (Fifa), da qual foi diretor na gestão do sogro João Havelange.

Apesar de Demétrio ter procurado desqualificá-lo anteontem, declarando-o desinformado, Henrique Eduardo deve ser o norte-rio-grandense que mais investiu de capital próprio na tentativa de garantir a permanência de Natal na Copa, pois arrostou em várias frentes seu prestígio pessoal e o de seu cargo de líder do PMDB na câmara federal, chegando até a desfazer declarações de ministros de Estado a respeito do insucesso da candidatura potiguar.

Depois de recorrentes intervenções em que lutou contra quase tudo e todos para garantir para Natal a sub-sede ainda hoje pleiteada por outras capitais estaduais que sobraram na escolha da Fifa, no último fim de semana Henrique Eduardo capitulou.

Reconheceu, pela primeira vez que a situação desta cidade está muito difícil perante o calendário de obras para a Copa:

“Sou forçado a admitir entraves na consolidação da Copa de 2014 em Natal”, disse o Deputado a um jornal natalense. “Providências e fatos concretos em relação ao Estado e Prefeitura precisam de urgente reavalição e consequente aceleração”, avançou.

Ou seja: de maioria, Demétrio, Micarla e Rosalba viraram minoria. Antes porta-vozes do monólito que sobre a Copa detinha a verdade na ponta da língua, arvorando-se num projeto de estádio plasticamente composto apenas em versão gráfi ca em computador
e sem qualquer correspondência técnica, como provou o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), engenheiro Adalberto Pessoa de Carvalho, os três passaram, em poucos dias, a ser os únicos norte-rio-grandenses a dizer cabalmente que Demétrio, Micarla e Rosalba, assim como os ex-governadores Iberê Ferreira de Souza e Wilma de Faria e o ex-prefeito Carlos Eduardo Nunes Alves
fizeram, e no devido tempo, o dever de casa em relação à Copa que, de outra forma, talvez hoje até lhes rendesse o capital eleitoral que gostariam de criar e poupar em função do evento.

O confronto entre o discurso de Demétrio, Micarla e Rosalba, pela ordem alfabética, e as constatações em contrário sugere que mais do que nunca o Rio Grande do Norte está na iminência de reproduzir aquele salto do início do filme “Um corpo que cai”, de Alfred Hitchcock.

É a cena em que um policial tenta pular do alto de um edifício para outro, a poucos metros de distância, e cai, estatelando-se vários metros abaixo, entre as duas construções.

Seria igual a Natal saltar do Machadão apenas para a miragem da “Arena das Dunas”
e se estatelar sobre os escombros do estádio atual.

Esta é a imagem que há mais de dois anos alguns defensores da preservação do estádio João Machado invocam quando dizem que a conduta dos governantes potiguares pode destruir o estádio atual e deixar Natal sem o sucedâneo exigido pela CBF.

Talvez seja em decorrência destas constatações que, contrapondo-se cautelosamente
a seu próprio discurso de até então, neste início de semana Demétrio passou a admitir que ainda não tem data para o início da destruição do “Poema de Concreto” erigido pelo arquiteto Moacir Gomes da Costa. E talvez seja por isto que desde a última sexta- feira alguns defensores do Machadão passaram a espalhar em Natal a informação de que os governantes locais resolveram demolir o estádio na calada da noite, alojando esta cidade, irremediavelmente, no papel do malfadado policial hitchcockiano que se perdeu entre fi car no lugar seguro em que estava e aventurar-se em vôo além do seu alcance.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A VINGANÇA DAS HIENAS

Foto: Márlio Forte

A vingança das hienas

Eduardo Alexandre


Esse estado de greve generalizada em diversas categorias do funcionalismo público estadual merece uma visão crítica aprofundada da população do Rio Grande do Norte.

Durante anos, mais de década, várias greves e movimentos foram realizados cobrando do governo do Estado planos de cargos e salários para os servidores em luta.

Candidato derrotado antecipadamente ao governo do RN, Iberê Ferreira, vice-governador feito governador para que a governadora Wilma de Faria pudesse ser candidata ao Senado, deu o presente aos servidores depois de todos esses anos de lutas quase inócuas, assinando reivindicações históricas dos trabalhadores.

O benévolo ato de Iberê tinha um único senão: o orçamento do Estado não comportava o peso da tinta de sua assinatura.

Categorias satisfeitas, logo em seguida o pesadelo: para honrar os compromissos assumidos em fim de mandato por Iberê, a nova governadora, recém-empossada, teve que recorrer aos royalties do petróleo para efetuar o pagamento da folha de pessoal do Estado.

Fazendo as contas, logo os técnicos do financeiro do governo viram ser impossível continuar com o pagamento naqueles patamares. Se o fizesse, os limites da Responsabilidade Fiscal seriam ultrapassados.

O servidor, decepcionado com a falta do seu honrado e merecido dinheirinho chiou, Wilma e Iberê comemoraram o embaraço que causaram a sucessora e esta é quem se vê agora com a batata quente no colo: se não paga o que Iberê liberou, é madrasta má do servidor público; se paga, incorre em desrespeito a lei, correndo riscos de responder diante dos tribunais pela "irresponsabilidade".

O nó é cego, a crise está instalada, as hienas riem vingadas.


LIMITE PRUDENCIAL


Prudência de delírio é marreta
Eduardo Alexandre

Mais um precioso dia é passado nesse calendário regressivo para a Copa 2014 em Natal e nada de se apresentar o projeto executivo da Arena das Dunas.

Também nenhuma resposta positiva de que as irregularidades do contrato do Governo do Estado com a OAS para a construção do estádio foram resolvidas.

Enquanto isso, tão otimista quanto Fernando Fernandes no começo do delírio, o atual homem da Secopa, Demétrio Torres, vocifera que tudo está dentro dos prazos, até porque “a via Costeira está pronta”.

Tempo pra tudo, há, em sua visão.

Tempo rei que nunca existiu para a eventualidade de um Plano B, como o da reforma do Machadão, por exemplo.

A chantagem sempre foi a de que qualquer plano mudado e a FIFA tiraria a cidade do roteiro dos dois ou três jogos previstos para Natal, porque se excederia o tempo de execução de obras. Lengalenga que já soma mais, muito mais, de seiscentos dias “sem tempo”.

Moacyr Gomes, pai do Machadão, desde o princípio dessa aventura, levanta voz em alerta, e, como diz o dito popular, “quem avisa, amigo é”. Ou seja, depois não digam que foi por falta de alerta.

Agora, as dúvidas vêm da Revista Veja e do deputado Henrique Eduardo Alves, este, sabidamente, amigo do todo poderoso Ricardo Teixeira, presidente da CBF, comandante em chefe do futebol brasileiro: se o ritmo continuar como está, não teremos a Copa em Natal.

Mas Demétrio está firme: a Via Costeira está pronta, prontos estão seus hotéis e, de marreta em punho, ele também está pronto para demolir o patrimônio público do parque desportivo de Lagoa Nova.

Moacyr advertiu: vai ser um grande negócio para a empresa contratada para o serviço. Segundo ele, os terrenos postos como garantia do empréstimo para a execução das obras valem bem mais que os 320 milhões orçados, “subfaturados”. Iriam a mais de um bilhão de reais. Um bilhão e duzentos milhões, talvez.

Diz o arquiteto que projetou o Machadão e o Machadinho, que esses terrenos são a cereja do bolo, o diamante raro da coroa real: o fator primordial a fazer com que uma empresa de construção se lançasse na aventura de assinar um contrato milionário de risco com um Estado sabidamente em grandes dificuldades financeiras.

Para Demétrio Torres, a segurança que vai ter a OAS não é bem essa, já que os terrenos “não teriam liquidez”, mas os royalties do petróleo que podem rolar ano após ano. Para ele, o fundo de R$ 70 milhões da garantia dada à empresa baiana, cada vez que for usado, poderá ser reposto, até que a dívida, estimada em mais de R$ 1 bilhão e 200 milhões seja totalmente paga.

Ora, “anualmente, o Rio Grande do Norte recebe cerca de R$ 250 milhões da Petrobras pela exploração do petróleo”, o que são R$ 70 milhões para nós, não é mesmo?

O que disse a Veja em alerta; o que disse o deputado amigo de Ricardo Teixeira em alerta; o que externou a governadora diante de um secretariado de pires na mão querendo mostrar serviço e obras, nada disso demole as intenções de Demétrio: ele não vê a hora de usar a marreta.

Ninguém prevê intempéries, dias de muitas chuvas a atrapalhar obras; falta ou escassez no mercado de cimento ou outros itens necessários à obra; crise financeira mundial: dinheiro ouvindo a conversa, tudo será feito e a obra da luminosa Arena das Dunas será entregue para inauguração em dezembro de 2013. “Tudo dentro dos prazos”.

Para Demétrio, quem viver, verá!

Do lado de cá, porém, um sem número de categorias profissionais inconformadas com salários defasados, cansadas de anos e anos de esperas por melhores dias e nada, apenas o aceno da governadora que diz: não podemos ultrapassar o Limite Prudencial. É isso?

Aqui, com meus botões, pergunto a mim mesmo, em coro com a governadora: diante de um alarmante quadro econômico/financeiro como o do nosso Estado, é prudente a manutenção do delírio?

Ah, ía esquecendo: para vender o delírio, tudo sairia a custo zero.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

COPA DO NUNCA

"Falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse 'resolve'."
Reinaldo Azevedo



2014 - OURO OLIMPICO DO LIXÃO

Moacyr Gomes da Costa


No país do mensalão, de Palocci, da capital mundial da corrupção, dos ministros das assessorias empresariais, da Ferrari F 458, modelo 2011, do Luís Estevão, cúmplice do Lalau, do TRT de São Paulo (lembram-se?); país do Rio Grande do Norte do foliaduto, da Operação Higia e quejandos, surge a copa 2014 como prato cheio para dinheiro em cuecas e outras peças íntimas.

Enfim, nesse país, tudo é possível, e temos tudo para ganhar a medalha de ouro olímpico do lixão moral em que se transformou.

Por que a demolição da creche, do ginásio Machadinho, do estádio Machadão, para dar lugar à uma arena multiuso, inevitável "Elefante Branco", de vida curta, destinado a morrer de inanição, por falta de sustentabilidade econômica, e pela tradicional incúria e irresponsabilidade dos gestores desta capitania hereditária, hoje em mãos de algumas dinastias fortemente coladas com poderoso adesivo chamado miséria e ignorância?

Quem disse que a FIFA exige a arena construída no mesmo local do Machadão, destruindo nosso patrimônio material, histórico/cultural, ambiental, acabando nosso esporte?

Se verdadeiro, que se apresente ao público as provas e critérios para essa decisão esdrúxula e atentatória à nossa soberania!

Afirma um dos demolidores do governo que agora é tarde para fazer noutro lugar (o governo tem ótimos terrenos para isso), porque vai atrasar o cronograma.

Como, se a obra ainda não começou? Nem sequer fizeram a demolição e a limpeza do terreno?

Disse ainda o mesmo vândalo que o projeto já estava pronto e só servia para aquele terreno. Essa besteira foi dita por um engenheiro. A verdade é que estão enganando a senhora governadora, submetendo-a a situações pouco lisonjeiras.

Muito mais simples e racional seria construir o estádio dos ricos noutro lugar e deixar o Machadão para os pobres. Assim, estaria salvo nosso futebol. Bastaria pequena reforma, sem necessidade de investimento nessa ridícula idéia de construir um “Novo Juvenal”.

Só Deus, "arquiteto do universo", conseguirá o milagre de fazer um estádio naquele campinho acanhado, projetado para uma cidade de 20 mil habitantes.

Segundo Guga Leal, “A revitalização do velho JL é fantástica. Você já pensou se construírem um mirante, com um baita estacionamento em cima do morro de Mãe Luiza ou Barreira Roxa? E, de lá, partir um bondinho para deixar a gente dentro do estádio e nos levar de volta? Certamente, vão chamar Miguel Mossoró para projetar dois elevados na Prudente de Morais e na BR-101.”

Já que o “pacote de bondade” prevê também um investimento no “Nazarenão”, de Goianinha, para o América e Alecrim, é possível que chamem nosso simpático Miguel Mossoró para projetar um “minhocão” com trem bala ou um monorail entre a zona norte de Natal e aquela encantadora cidade, para motivar as duas torcidas.

O certo é que o que vão gastar nas "gambiarras" anunciadas daria para tornar o Machadinho e Machadão dois equipamentos da melhor qualidade para nossas modestas necessidades, com arquitetos daqui mesmo, sem necessidade de gastar 14 milhões de reais com escritórios estrangeiros.

Qual é o custo da demolição programada? Seu orçamento, processo executivo e destino final dos escombros? Foram registrados no CREA/RN?

Onde estão as licenças exigidas por lei?

Que sejam mostradas ao público! Que se manifeste o MP!

Se a obra da arena for feita em outro lugar, começando de imediato, caso o projeto esteja pronto, como dizem, diminuirá o prazo da obra e não se terá o custo da demolição.

Quanto tempo levará a demolição, preparação e limpeza do terreno, destino do entulho, para iniciar a nova obra?

Que tornem pública a resposta a essas indagações, para que a sociedade decida. A recusa dessa discussão levantará suspeitas de que o aumento de custos e prazos têm objetivos escusos.

Cuidado, demolidores: a Veja nº 2218 está “pegando na mentira”. O deputado, amigo do Home, anda preocupado: as marretas poderão falhar!

As professoras mostraram que não se enganam mais. Transparência senhores: a mentira tem pernas curtas.


"Natal na Copa “do nunca"

Postado por lauritaarruda | Copa 2014 | 21-05-2011 às 18:40

Prazo que topa I

Postado por | Copa 2014 | 22-05-2011

Chegou a hora H para a Copa do Mundo em Natal.

Acabou o tempo para políticos bem na fita pedirem prorrogação para o todo poderoso (CBF) Ricardo Teixeira.

O prazo é real; Natal e RN precisam mostrar trabalho real. Menos saliva, mais tijolo e concreto.

DO TL: Faz mais de um mês que a OAS assinou documento para se habilitar a linhas de crédito do BNDES. Mas até agora, nada fez.

Prazo que topa II

Postado por | Copa 2014 | 22-05-2011

Esperanças diminuem até para os maiores entusiastas da Copa de 2014 em Natal.

Exemplo? A declaração do deputado federal Henrique Eduardo Alves na Tribuna do Norte deste domingo:

- Pela primeira vez, preocupado, sou forçado a admitir entraves na consolidação da Copa de 2014 em Natal. Providências em relação ao Estado e prefeitura precisam de urgente reavaliação e consequente aceleração. Fica meu dever de advertir.”


Natal na Copa “do nunca”

Por Reinaldo Azevedo da Veja

O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014? É certo que sim! A possibilidade de a Fifa perder a paciência e escolher outro país é remotíssima. Seria um vexame espetacular. Logo, ninguém deve apostar nisso. Mas o Brasil será sede da Copa sob quais condições? Eis o problema. A VEJA desta semana fez uma radiografia das obras nos 12 estádios que devem sediar o mundial.

O quadro é desolador. Apenas um — o Castelão, do Ceará — avança num ritmo que pode ser considerado adequado. O Maracanã, um símbolo do futebol brasileiro, escolhido para receber a partida final do torneio, tudo o mais constante, ficará pronto em… 2038!

Perguntará o leitor: “Se você diz que a Copa acontecerá, então qual é o problema? Há atraso agora, mas, depois, as coisas entram num ritmo adequado”. Não é bem assim, e o próprio Brasil sabe disso. O Rio foi sede dos jogos Pan-Americanos de 2007. As obras de infra-estrutura para receber a competição estavam orçadas em R$ 400 milhões. De atraso em atraso, de incompetência em incompetência, de sem-vergonhice em sem-vergonhice, ficou tudo para a última hora. Resultado: o Pan custou 10 vezes mais — R$ 4 bilhões —, e um monte de larápios encheu os bolsos com o dinheiro público.

Este é o principal problema: incompetência, incúria e malandragem elevam dramaticamente os custos. O Brasil já fez uma coisa estúpida: em vez de distribuir as partidas por nove estádios, a exemplo da África do Sul, decidiu, em razão do populismo lulo-petista, espalhá-las por 12, elevando brutalmente a conta. Abaixo, publico um quadro, elaborado com base nos dados exaustivamente levantados pela equipe de reportagem da VEJA, que traz o nome do estádio, o orçamento previsto, quanto se gastou até agora e quando o estádio ficaria pronto se o ritmo das obras fosse mantido. Acompanhem. Volto depois:

A SITUAÇÃO DOS 12 ESTÁDIOS DA COPA HOJE
Estádio Orçamento Gasto hoje Fica pronto em…
Corinthians (SP) R$ 1 bilhão Zero Nunca
A. das Dunas (RN) R$ 400 milhões Zero Nunca
A. da Baixada (PR) R$ 220 milhões Zero Nunca
Maracanã (RJ) R$ 957 milhões R$ 26 milhões 2038
Arena Pernambuco R$ 532 milhões R$ 60 milhões 2025
Arena Amazônia R$ 499,5 milhões R$ 30 milhões 2024
Mineirão (MG) R$ 666 milhões R$ 86,6 milhões 2020
Nacional (DF) R$ 670 milhões R$ 45 milhões 2021
Arena (MT) R$ 355 milhões R$ 48 milhões 2017
Beira Rio (RS) R$ 290 milhões R$ 30 milhões 2017
Fonte Nova (GO) R$ 591 milhões R$ 99,9 milhões 2015
Castelão (CE) R$ 519 milhões R$ 80 milhões 2013

O ano de conclusão da obra não se define apenas pelo montante investido. Chegou-se a ele avaliando também a qualidade do gasto. Leiam a reportagem. A coisa é bem pior do que parece. Seguem alguns descalabros:
1- O projeto de reforma do Estádio Nacional, do DF, não previa a instalação de bobagens como gramado, iluminação, cadeiras e telão… Pense bem, leitor: por que um estádio deveria ter um… gramado?;
2 - só depois de demolirem boa parte das arquibancadas do Maracanã é que descobriram que toda a estrutura de concreto que a recobre está comprometida por infiltrações;
3 - de descoberta nova em descoberta nova, o estádio do Corinthians já alcançou a fábula de R$ 1 bilhão (só não se sabe quem vai pagar): uma hora aparece um duto da Petrobrás aqui; outra hora, um córrego para canalizar ali…;
4 – dos R$ 27,5 bilhões previstos de investimentos para todas as obras da Copa do Mundo, só foram gastos, até agora, R$ 590 milhões;
5 – Se a situação é dramática nos estádios, não é melhor, como se sabe, nos aeroportos: dos 13 listados nos projetos da Copa, as obras só começaram em seis;
6 – o Brasil prometeu realizar 50 obras de mobilidade urbana para facilitar o trânsito e acesso aos estádios; até agora, só quatro tiveram início.

Leia a reportagem. Há outros detalhes escandalosos. Volto ao começo: o Brasil vai fazer a Copa de 2014? Vai, sim! Ocorre que toda essa incúria elevará escandalosamente os custos. Já hoje está em curso um esforço para que o TCU pegue leve com a roubalheira, em nome da honra da pátria. Um exemplo: o Arena Amazônia ainda está na fase de terraplenagem, como se vê acima. O tribunal analisou contratos de R$ 200 milhões; só nessa fatia, detectou sobrepreço de R$ 71 milhões. Esse estádio, aliás, é exemplo da loucura que tomou conta dessa gente. Pronto, ele pode abrigar 44.500 pessoas. Bom para a Copa? Pode ser. Depois, será destinado ao campeonato local. A média de público do torneio amazonense é inferior a mil pagantes. Neste ano, o confronto que atraiu mais gente se deu entre Nacional e Penarol: 2.869 testemunhas. Adivinhem quem pagará a conta agora e depois…

É o lulo-petismo rumo a 2014: falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse “resolve”!