domingo, 8 de maio de 2011

O profissional responsável pela empresa não está gostando nada da disputa renhida que ocorre nos bastidores oficiais, onde todos agem como abutres diante da carniça que é o valioso terreno de Lagoa Nova.

MARCHA EM DEFESA DO MACHADÃO
SÁBADO, DIA 14 DE MAIO, A PARTIR DAS 14 HORAS
CONCENTRAÇÃO NO PAPÓDROMO

O Elefante das Dunas à deriva
Alex Medeiros

2009/10/1

O projeto do estádio Arena das Dunas, que Natal apresentou à FIFA e CBF, entrou numa maré complicada, não somente por causa das irregularidades apontadas pelo Ministério Público, nem pelo sumiço dos investidores privados que os agentes públicos tanto decantavam em blogues e versos.

Depois da grande batalha imobiliária e política em que se transformou o andamento do processo burocrático, o próprio escritório de arquitetura, que veio da Europa para esboçar o projeto básico e depois esmiuçar a parte estruturante, está dando sinais que quer tirar o time de campo.

O profissional responsável pela empresa não está gostando nada da disputa renhida que ocorre nos bastidores oficiais, onde todos agem como abutres diante da carniça que é o valioso terreno de Lagoa Nova aonde se situa o estádio Machadão e o Centro Administrativo do Governo do RN.

Com a entrada em cena do Ministério Público questionando a confusão, a empresa, que tem um nome e uma marca a zelar no mercado internacional, não parece disposta a se meter no meio de uma querela política e jurídica. Sua participação no projeto – teria dito o representante – foi arquitetônica, urbanística e estruturante, e não política.

Há muito venho dizendo que a pantomima governamental é só jogo de cena para vencer as barreiras legais com o peso do marketing e do jornalismo amestrado e cúmplice.

Não tem investidor estrangeiro coisíssima nenhuma interessado no projeto, a empresa portuguesa Luso Arenas sumiu depois que eu desmascarei o modus operandi que já tem uma década de Brasil.

E agora, em se confirmando a fuga do escritório que desenhou o complexo na Lagoa Nova, o Elefante das Dunas fica à deriva, navegando entre os devaneios oficiais e as notas bajulatórias das colunas e blogues bairristas.

Do jeito que está hoje, o projeto não anda, é preciso uma alternativa viável e racional para salvar a presença de Natal na Copa 14. Falta também um bom interlocutor entre o Comitê Gestor e o Ministério Público. Sem tal figura, complica mais ainda.

É possível uma salvação, desde que os interesses políticos e empresariais dêem lugar ao interesse da cidade e que o projeto cumpra as normas e regras exigidas pelo Ministério Público. Do jeito que está, o Elefante das Dunas patina em águas revoltas. E eu duvido que um paquiderme flutue em superfície movediça.

A prefeita de Natal, Micarla de Sousa, precisa entender de uma vez que foi a cidade a escolhida pela FIFA, e que a entidade máxima do futebol precisa de um bom estádio em condições e padrões europeus. Não caia na conversa, prefeita, de que uma alternativa tira Natal do páreo.

É possível, sim, uma boa arena em outro local, num projeto racional e que não atrapalhe a urbanidade da cidade. O problema hoje é que quem sai do páreo são os abutres da carniça imobiliária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário