segunda-feira, 23 de maio de 2011

COPA DO NUNCA

"Falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse 'resolve'."
Reinaldo Azevedo



2014 - OURO OLIMPICO DO LIXÃO

Moacyr Gomes da Costa


No país do mensalão, de Palocci, da capital mundial da corrupção, dos ministros das assessorias empresariais, da Ferrari F 458, modelo 2011, do Luís Estevão, cúmplice do Lalau, do TRT de São Paulo (lembram-se?); país do Rio Grande do Norte do foliaduto, da Operação Higia e quejandos, surge a copa 2014 como prato cheio para dinheiro em cuecas e outras peças íntimas.

Enfim, nesse país, tudo é possível, e temos tudo para ganhar a medalha de ouro olímpico do lixão moral em que se transformou.

Por que a demolição da creche, do ginásio Machadinho, do estádio Machadão, para dar lugar à uma arena multiuso, inevitável "Elefante Branco", de vida curta, destinado a morrer de inanição, por falta de sustentabilidade econômica, e pela tradicional incúria e irresponsabilidade dos gestores desta capitania hereditária, hoje em mãos de algumas dinastias fortemente coladas com poderoso adesivo chamado miséria e ignorância?

Quem disse que a FIFA exige a arena construída no mesmo local do Machadão, destruindo nosso patrimônio material, histórico/cultural, ambiental, acabando nosso esporte?

Se verdadeiro, que se apresente ao público as provas e critérios para essa decisão esdrúxula e atentatória à nossa soberania!

Afirma um dos demolidores do governo que agora é tarde para fazer noutro lugar (o governo tem ótimos terrenos para isso), porque vai atrasar o cronograma.

Como, se a obra ainda não começou? Nem sequer fizeram a demolição e a limpeza do terreno?

Disse ainda o mesmo vândalo que o projeto já estava pronto e só servia para aquele terreno. Essa besteira foi dita por um engenheiro. A verdade é que estão enganando a senhora governadora, submetendo-a a situações pouco lisonjeiras.

Muito mais simples e racional seria construir o estádio dos ricos noutro lugar e deixar o Machadão para os pobres. Assim, estaria salvo nosso futebol. Bastaria pequena reforma, sem necessidade de investimento nessa ridícula idéia de construir um “Novo Juvenal”.

Só Deus, "arquiteto do universo", conseguirá o milagre de fazer um estádio naquele campinho acanhado, projetado para uma cidade de 20 mil habitantes.

Segundo Guga Leal, “A revitalização do velho JL é fantástica. Você já pensou se construírem um mirante, com um baita estacionamento em cima do morro de Mãe Luiza ou Barreira Roxa? E, de lá, partir um bondinho para deixar a gente dentro do estádio e nos levar de volta? Certamente, vão chamar Miguel Mossoró para projetar dois elevados na Prudente de Morais e na BR-101.”

Já que o “pacote de bondade” prevê também um investimento no “Nazarenão”, de Goianinha, para o América e Alecrim, é possível que chamem nosso simpático Miguel Mossoró para projetar um “minhocão” com trem bala ou um monorail entre a zona norte de Natal e aquela encantadora cidade, para motivar as duas torcidas.

O certo é que o que vão gastar nas "gambiarras" anunciadas daria para tornar o Machadinho e Machadão dois equipamentos da melhor qualidade para nossas modestas necessidades, com arquitetos daqui mesmo, sem necessidade de gastar 14 milhões de reais com escritórios estrangeiros.

Qual é o custo da demolição programada? Seu orçamento, processo executivo e destino final dos escombros? Foram registrados no CREA/RN?

Onde estão as licenças exigidas por lei?

Que sejam mostradas ao público! Que se manifeste o MP!

Se a obra da arena for feita em outro lugar, começando de imediato, caso o projeto esteja pronto, como dizem, diminuirá o prazo da obra e não se terá o custo da demolição.

Quanto tempo levará a demolição, preparação e limpeza do terreno, destino do entulho, para iniciar a nova obra?

Que tornem pública a resposta a essas indagações, para que a sociedade decida. A recusa dessa discussão levantará suspeitas de que o aumento de custos e prazos têm objetivos escusos.

Cuidado, demolidores: a Veja nº 2218 está “pegando na mentira”. O deputado, amigo do Home, anda preocupado: as marretas poderão falhar!

As professoras mostraram que não se enganam mais. Transparência senhores: a mentira tem pernas curtas.


"Natal na Copa “do nunca"

Postado por lauritaarruda | Copa 2014 | 21-05-2011 às 18:40

Prazo que topa I

Postado por | Copa 2014 | 22-05-2011

Chegou a hora H para a Copa do Mundo em Natal.

Acabou o tempo para políticos bem na fita pedirem prorrogação para o todo poderoso (CBF) Ricardo Teixeira.

O prazo é real; Natal e RN precisam mostrar trabalho real. Menos saliva, mais tijolo e concreto.

DO TL: Faz mais de um mês que a OAS assinou documento para se habilitar a linhas de crédito do BNDES. Mas até agora, nada fez.

Prazo que topa II

Postado por | Copa 2014 | 22-05-2011

Esperanças diminuem até para os maiores entusiastas da Copa de 2014 em Natal.

Exemplo? A declaração do deputado federal Henrique Eduardo Alves na Tribuna do Norte deste domingo:

- Pela primeira vez, preocupado, sou forçado a admitir entraves na consolidação da Copa de 2014 em Natal. Providências em relação ao Estado e prefeitura precisam de urgente reavaliação e consequente aceleração. Fica meu dever de advertir.”


Natal na Copa “do nunca”

Por Reinaldo Azevedo da Veja

O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014? É certo que sim! A possibilidade de a Fifa perder a paciência e escolher outro país é remotíssima. Seria um vexame espetacular. Logo, ninguém deve apostar nisso. Mas o Brasil será sede da Copa sob quais condições? Eis o problema. A VEJA desta semana fez uma radiografia das obras nos 12 estádios que devem sediar o mundial.

O quadro é desolador. Apenas um — o Castelão, do Ceará — avança num ritmo que pode ser considerado adequado. O Maracanã, um símbolo do futebol brasileiro, escolhido para receber a partida final do torneio, tudo o mais constante, ficará pronto em… 2038!

Perguntará o leitor: “Se você diz que a Copa acontecerá, então qual é o problema? Há atraso agora, mas, depois, as coisas entram num ritmo adequado”. Não é bem assim, e o próprio Brasil sabe disso. O Rio foi sede dos jogos Pan-Americanos de 2007. As obras de infra-estrutura para receber a competição estavam orçadas em R$ 400 milhões. De atraso em atraso, de incompetência em incompetência, de sem-vergonhice em sem-vergonhice, ficou tudo para a última hora. Resultado: o Pan custou 10 vezes mais — R$ 4 bilhões —, e um monte de larápios encheu os bolsos com o dinheiro público.

Este é o principal problema: incompetência, incúria e malandragem elevam dramaticamente os custos. O Brasil já fez uma coisa estúpida: em vez de distribuir as partidas por nove estádios, a exemplo da África do Sul, decidiu, em razão do populismo lulo-petista, espalhá-las por 12, elevando brutalmente a conta. Abaixo, publico um quadro, elaborado com base nos dados exaustivamente levantados pela equipe de reportagem da VEJA, que traz o nome do estádio, o orçamento previsto, quanto se gastou até agora e quando o estádio ficaria pronto se o ritmo das obras fosse mantido. Acompanhem. Volto depois:

A SITUAÇÃO DOS 12 ESTÁDIOS DA COPA HOJE
Estádio Orçamento Gasto hoje Fica pronto em…
Corinthians (SP) R$ 1 bilhão Zero Nunca
A. das Dunas (RN) R$ 400 milhões Zero Nunca
A. da Baixada (PR) R$ 220 milhões Zero Nunca
Maracanã (RJ) R$ 957 milhões R$ 26 milhões 2038
Arena Pernambuco R$ 532 milhões R$ 60 milhões 2025
Arena Amazônia R$ 499,5 milhões R$ 30 milhões 2024
Mineirão (MG) R$ 666 milhões R$ 86,6 milhões 2020
Nacional (DF) R$ 670 milhões R$ 45 milhões 2021
Arena (MT) R$ 355 milhões R$ 48 milhões 2017
Beira Rio (RS) R$ 290 milhões R$ 30 milhões 2017
Fonte Nova (GO) R$ 591 milhões R$ 99,9 milhões 2015
Castelão (CE) R$ 519 milhões R$ 80 milhões 2013

O ano de conclusão da obra não se define apenas pelo montante investido. Chegou-se a ele avaliando também a qualidade do gasto. Leiam a reportagem. A coisa é bem pior do que parece. Seguem alguns descalabros:
1- O projeto de reforma do Estádio Nacional, do DF, não previa a instalação de bobagens como gramado, iluminação, cadeiras e telão… Pense bem, leitor: por que um estádio deveria ter um… gramado?;
2 - só depois de demolirem boa parte das arquibancadas do Maracanã é que descobriram que toda a estrutura de concreto que a recobre está comprometida por infiltrações;
3 - de descoberta nova em descoberta nova, o estádio do Corinthians já alcançou a fábula de R$ 1 bilhão (só não se sabe quem vai pagar): uma hora aparece um duto da Petrobrás aqui; outra hora, um córrego para canalizar ali…;
4 – dos R$ 27,5 bilhões previstos de investimentos para todas as obras da Copa do Mundo, só foram gastos, até agora, R$ 590 milhões;
5 – Se a situação é dramática nos estádios, não é melhor, como se sabe, nos aeroportos: dos 13 listados nos projetos da Copa, as obras só começaram em seis;
6 – o Brasil prometeu realizar 50 obras de mobilidade urbana para facilitar o trânsito e acesso aos estádios; até agora, só quatro tiveram início.

Leia a reportagem. Há outros detalhes escandalosos. Volto ao começo: o Brasil vai fazer a Copa de 2014? Vai, sim! Ocorre que toda essa incúria elevará escandalosamente os custos. Já hoje está em curso um esforço para que o TCU pegue leve com a roubalheira, em nome da honra da pátria. Um exemplo: o Arena Amazônia ainda está na fase de terraplenagem, como se vê acima. O tribunal analisou contratos de R$ 200 milhões; só nessa fatia, detectou sobrepreço de R$ 71 milhões. Esse estádio, aliás, é exemplo da loucura que tomou conta dessa gente. Pronto, ele pode abrigar 44.500 pessoas. Bom para a Copa? Pode ser. Depois, será destinado ao campeonato local. A média de público do torneio amazonense é inferior a mil pagantes. Neste ano, o confronto que atraiu mais gente se deu entre Nacional e Penarol: 2.869 testemunhas. Adivinhem quem pagará a conta agora e depois…

É o lulo-petismo rumo a 2014: falta de planejamento, incompetência, megalomania e roubalheira. Os cofres públicos pagarão a conta. Algo precisa ser feito, ou o vexame é certo. Sugiro a contratação da empresa de Antônio Palocci. Os custos podem subir um tanto, mas, dizem, esse “resolve”!


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